Ultrassom: o que é e como é feito esse tipo de exame

Autora: Dra. Ana Glauce Carvalho - médica ultrassonografista e ginecologista

O ultrassom é uma tecnologia médica indispensável, empregada para visualizar órgãos, tecidos, vasos sanguíneos, e até mesmo, fetos em desenvolvimento no útero.

Por meio de ondas sonoras de alta frequência, mas sem radiação, o exame produz imagens detalhadas das estruturas internas do corpo, auxiliando médicos no diagnóstico de diversas condições de saúde. Mas quais são os diferentes tipos disponíveis? Continue a leitura e saiba mais.

O que é ultrassom?

O ultrassom é um método de imagem que utiliza um transdutor, aparelho que o profissional de saúde posiciona sobre a pele do paciente, emitindo e captando ondas sonoras ao interagir com o corpo humano.

Conhecido ainda como ultrassonografia ou ecografia, é por meio da interpretação deste exame que o médico tem a capacidade de analisar as imagens produzidas, observando e identificando várias condições médicas.

O que significa ultrassom com doppler?

O ultrassom com doppler é uma técnica que, além das imagens convencionais, permite analisar a circulação e o fluxo sanguíneo nos vasos, servindo para detectar anormalidades, como:

Tromboses: coágulos sanguíneos que bloqueiam o fluxo.
Varizes: veias dilatadas e tortuosas.
Aneurismas: dilatações anormais em um vaso sanguíneo.

Além disso, é usado na gravidez para avaliar o fluxo sanguíneo entre mãe e feto.

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Quais são os tipos de ultrassom mais comuns?

Os tipos mais comuns de ultrassom, devido à sua versatilidade e eficácia, incluem:

Ultrassom morfológico

O exame morfológico serve para examinar a estrutura dos órgãos do feto durante a gravidez, permitindo a detecção antecipada de condições genéticas e anormalidades fetais, como problemas na coluna e no cérebro. É realizado mediante uma técnica de ultrassom, sendo um método fácil e sem dor, especialmente quando feito no tempo adequado.

Ultrassom transvaginal

O ultrassom transvaginal é um exame utilizado para obter imagens detalhadas dos órgãos reprodutivos femininos, permitindo identificar possíveis anormalidades em estruturas como útero, ovários e trompas de falópio, par de tubos finos e flexíveis que conectam os ovários ao útero nas mulheres.

Durante o exame, a paciente fica deitada em uma posição específica, semelhante à ginecológica, com as pernas separadas e os joelhos levemente flexionados. O médico introduz um transdutor lubrificado e protegido por um preservativo no canal vaginal. Este transdutor emite ondas sonoras de alta frequência para captar imagens das estruturas pélvicas, exibidas em um monitor para avaliação.

O procedimento dura cerca de 10 a 15 minutos e não requer preparação especial, embora seja comum pedir que a paciente esvazie a bexiga antes do exame, o que facilita a obtenção de imagens nítidas e detalhadas, tornando-se essencial para o diagnóstico preciso de condições médicas.

Ultrassom abdome total

O ultrassom de abdome total serve para uma análise completa da região abdominal, incluindo órgãos como o pâncreas e o retroperitônio, área situada atrás da cavidade abdominal, onde podem ocorrer tumores. Outros órgãos avaliados incluem fígado, baço, rins, vesícula, bexiga, veia cava inferior e aorta.

É um exame conduzido por um médico especializado em radiologia ou ultrassonografia. Durante o procedimento, o paciente fica deitado e um gel à base de água é aplicado em seu abdome. Esse gel, que é incolor, facilita o deslizamento do transdutor (dispositivo que entra em contato com a pele) e ajuda na geração de imagens, eliminando a interferência do ar. O exame leva de 10 a 30 minutos.

Ultrassom das mamas

O ultrassom das mamas é um procedimento não invasivo que usa ondas sonoras de alta frequência para identificar alterações nas mamas, como nódulos, cistos e espessamento do tecido. Ele serve para:

Detectar lesões mamárias, sejam elas palpáveis ou não;
Distinguir cistos de nódulos sólidos;
Avaliar a condição de próteses mamárias;
Orientar procedimentos como punções e biópsias, quando necessário;

Examinar a estrutura glandular e identificar possíveis distúrbios ou infecções.

Vale ressaltar que o exame é indolor e não substitui a mamografia.

Ultrassom da tireoide

A ultrassonografia da tireóide é solicitada quando há suspeitas de alterações na glândula, como inchaço ou dor no pescoço, ou para monitorar nódulos, cistos e doenças da tireoide, como:

Tireoidite de Hashimoto: condição autoimune que afeta a glândula tireoide, situada na base do pescoço, abaixo do pomo de Adão, e que possui formato semelhante a uma borboleta. Pode estar associada à produção desregulada dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam diversas funções do organismo como os batimentos cardíacos e o ciclo menstrual.
Doença de Graves: trata-se da causa mais comum de hipertireoidismo, que se caracteriza pela produção excessiva dos hormônios T3 e T4.

Contudo, não se trata de um exame de rotina para as pessoas sem sintomas.

Para realizá-lo, o paciente deita-se e um gel é aplicado no pescoço. O profissional então desliza um aparelho de ultrassom sobre a área, usando ondas sonoras para gerar imagens da tireoide no monitor.

Quando esse tipo de exame é indicado?

A indicação para a realização do ultrassom dependerá do tipo específico do exame. Geralmente, o ultrassom é recomendado em uma ampla gama de situações clínicas, abrangendo desde investigações ginecológicas e obstétricas até avaliações abdominais, musculoesqueléticas e cardiovasculares.

Além disso, desempenha um papel crucial no monitoramento do desenvolvimento fetal durante a gravidez e na orientação de procedimentos médicos invasivos.