Autor: Dra. Paula de Camargo Moraes, médica radiologista
A mamografia é considerada o método mais eficaz para a detecção precoce do câncer de mama. Trata-se de um exame de rastreamento e diagnóstico que pode identificar lesões suspeitas antes mesmo de serem palpáveis.
O que é mamografia?
A mamografia é um exame de imagem utilizado para detectar precocemente o câncer de mama. A detecção precoce, vale dizer, aumenta as chances de um tratamento bem-sucedido e proporciona melhores resultados para as pacientes.
Esse procedimento é recomendado para o rastreamento tanto em mulheres assintomáticas como em mulheres com sinais e sintomas suspeitos.
Mamografia Digital
A mamografia digital e a mamografia convencional (ou analógica) são duas técnicas de imagem utilizadas para detectar e diagnosticar doenças da mama. Ambas têm o mesmo objetivo e são realizadas da mesma maneira, com a mama sob compressão.
As diferenças entre esses exames são relativas à tecnologia e ao processamento de imagem.
Na mamografia convencional, os filmes de raio-X precisam ser revelados e processados quimicamente antes que as imagens possam ser visualizadas e analisadas. Na mamografia digital, as imagens são armazenadas diretamente no computador, permitindo uma visualização imediata.
Além disso, na mamografia digital, é possível ajustar o brilho, o contraste e a nitidez das imagens para melhorar a qualidade ou ampliar áreas específicas para uma análise mais detalhada.
Já em termos de exposição à radiação, a diferença entre mamografia convencional e mamografia digital costuma ser pequena. Em ambos os casos, os benefícios da detecção precoce do câncer de mama superam o risco mínimo dessa exposição.
A escolha entre a mamografia digital e a convencional depende da disponibilidade de tecnologia nas instituições médicas, bem como das preferências e necessidades da paciente.
O ideal é que as mulheres discutam com seu médico qual a melhor opção com base em sua situação individual.
Quais condições a mamografia pode detectar?
A mamografia é capaz de detectar uma série de anormalidades nas mamas, incluindo nódulos, calcificações, assimetrias e distorções da arquitetura mamária habitual.
Embora esse seja um método altamente eficaz de rastreamento e diagnóstico, há situações que requerem exames adicionais.
No caso de mulheres com tecido mamário denso ou achados suspeitos, por exemplo, o médico pode solicitar também a realização de ultrassonografia ou ressonância magnética.
Como o exame de mamografia é feito?
Primeiro, a mulher precisa remover as roupas da cintura para cima. Depois, ficar de pé em frente a uma máquina especializada de mamografia.
A mama é, então, colocada sobre uma placa plana e, em seguida, outra placa é abaixada gradualmente para comprimir a mama por alguns segundos. Esse movimento é necessário para gerar uma imagem mais clara.
Feita a compressão, utiliza-se um aparelho de raio-X de baixa dose de emissão para capturar imagens em diferentes ângulos.
Durante a mamografia, a paciente deve permanecer imóvel e, em alguns momentos, prender a respiração brevemente para evitar a distorção das imagens.
Com qual idade a mulher deve começar a fazer a mamografia?
As indicações para a mamografia podem variar de acordo com as diretrizes das diferentes organizações de saúde.
O Colégio Brasileiro Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam que as mulheres assintomáticas, de risco habitual, realizem a mamografia anualmente a partir dos 40 anos.
O rastreamento pode começar mais cedo e ser mais frequente no caso de mulheres que têm alto risco (como histórico familiar de câncer de mama precoce ou mutações genéticas).
Como cada caso é único, as decisões sobre rastreamento mamográfico devem ser tomadas em conjunto com o médico, considerando o histórico de saúde individual, os fatores de risco, as preferências pessoais e o acesso aos serviços de saúde.
Mamografia dói?
A mamografia pode causar desconforto ou dor momentânea devido à compressão das mamas. No entanto, o procedimento é rápido e geralmente bem tolerado.
Caso haja qualquer incômodo excessivo, é importante avisar o técnico responsável.
Mulheres com silicone podem fazer mamografia?
Mulheres com silicone podem fazer mamografia. Inclusive, elas devem, porque esse exame é uma ferramenta crucial para a detecção precoce do câncer de mama, independentemente da presença de implantes de silicone.
Mas, antes de realizar a mamografia, é preciso informar o técnico sobre os implantes, já que eles podem afetar a obtenção e a interpretação das imagens.
Para garantir a melhor visualização do tecido mamário e da integridade dos implantes, o técnico em radiologia utiliza técnicas especiais. Isso inclui manobras adicionais de compressão e incidências específicas, o que pode aumentar o desconforto da mamografia.
Além disso, em alguns casos, pode ser necessário realizar exames adicionais, como a ultrassonografia ou ressonância magnética, para uma avaliação mais detalhada das mamas e dos implantes de silicone.
Qual é o preparo necessário para fazer a mamografia?
No dia do exame, evite o uso de desodorantes, talcos ou loções nas axilas e na área das mamas. Esses produtos podem aparecer nas imagens e atrapalhar a análise feita pelo médico radiologista.
Também é recomendado levar exames anteriores para que o profissional responsável pela mamografia possa fazer uma comparação.
Mamografia: preço e agendamento
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