As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de Falópio, são órgãos musculares em forma de tubo estreito que desempenham um papel fundamental na reprodução feminina.
Elas se estendem dos ovários até o útero, são essenciais para o transporte dos óvulos e para o processo de fertilização.
Durante a ovulação, as tubas capturam o óvulo liberado pelo ovário. É na porção ampular da tuba uterina que ocorre o encontro dos espermatozoides com o ovulo e a fertilização.
Uma vez fertilizado, o óvulo, agora zigoto, é transportado através das tubas uterinas até o útero, onde se implantará na parede uterina para iniciar o desenvolvimento da gravidez.
Portanto, as tubas uterinas são essenciais para a concepção e o transporte do embrião até o útero
Sem o funcionamento adequado das tubas uterinas, a fertilidade pode ser severamente comprometida.
Anatomia das tubas uterinas
As tubas uterinas são compostas por quatro partes principais: o infundíbulo, a ampola, o istmo e a porção intramural.
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Infundíbulo: é a extremidade mais próxima dos ovários, caracterizada por franjas chamadas fímbrias, que capturam o óvulo liberado durante a ovulação.
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Ampola: é a região mais larga e onde geralmente ocorre a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.
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Istmo: é uma porção mais estreita que conecta a ampola ao útero.
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Porção intramural: é a seção que atravessa a parede uterina, desembocando na cavidade uterina.
As tubas uterinas são revestidas por duas camadas de tecido:
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Mucosa: camada interna com células ciliadas que impulsionam o óvulo em direção ao útero.
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Muscular: camada externa composta por músculos lisos que contraem e relaxam para auxiliar no transporte do óvulo e do embrião em desenvolvimento.
Cada uma dessas partes é crucial para o funcionamento eficiente das tubas uterinas, garantindo o transporte adequado dos óvulos e espermatozoides.
Condições que podem afetar as tubas uterinas
As tubas uterinas podem ser afetadas por diversas condições que comprometem sua função e, consequentemente, a fertilidade feminina. Entre as principais causas de danos às trompas de Falópio, estão:
Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
Infecções como clamídia e gonorreia podem causar inflamação e cicatrizes nas tubas uterinas, obstruindo-as e impedindo o transporte do óvulo.
Doenças inflamatórias pélvicas (DIPs)
Infecções no útero, trompas de Falópio ou ovários, geralmente causadas por bactérias, podem levar a danos e obstruções nas tubas.
Endometriose
O crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero pode afetar as tubas uterinas direta ou indiretamente e causar infertilidade.
Cirurgias pélvicas
Procedimentos como cesárea, miomectomia ou apendicectomia podem aumentar o risco de aderências e cicatrizes nas tubas uterinas.
Gravidez ectópica
A implantação do óvulo fertilizado fora do útero, geralmente na tuba uterina, pode causar ruptura e danos irreversíveis à tuba.
Obstrução das tubas uterinas
A obstrução das tubas uterinas impede que o óvulo seja transportado do ovário para o útero, bloqueando também o caminho dos espermatozoides. Isso impede a fertilização levando à infertilidade.
Câncer de tuba uterina
O câncer de tuba uterina pode causar danos às tubas, comprometendo sua função e estrutura. Além disso, o tratamento do câncer, que pode incluir cirurgia e quimioterapia, pode impactar negativamente a fertilidade.
Abcesso tubo ovariano
É uma inflamação das tubas uterinas e ovários causada por infecções bacterianas. Esta condição pode causar cicatrizes e obstruções nas tubas, levando à infertilidade e aumentando o risco de gravidez ectópica.
As tubas uterinas são componentes vitais do sistema reprodutor feminino. Problemas como os relatados acima afetam a saúde geral das mulheres e podem levar à infertilidade feminina.
Que exame fazer para verificar eventuais alterações nas trompas?
A histerossalpingografia (HSG) permite a avaliação do trajeto percorrido pelo espermatozoide até a trompa de Falópio, local onde ocorre a fertilização do óvulo. É a ferramenta diagnóstica mais utilizada na pesquisa das obstruções das trompas e aderências na pelve que podem bloquear parcial ou totalmente as regiões peritubáricas, que são contribuintes comuns para a dificuldade de engravidar.
Autora: Dra. Cassia Domit – Especialista em Diagnóstico por Imagem do Salomão Zoppi