Autora: Dra. Adriana Bittencourt Campaner - médica ginecologista
Apesar de muitas vezes ser assintomática, a clamídia é uma infecção sexualmente transmissível que precisa de tratamento adequado.
Geralmente, é transmitida por meio do contato sexual sem proteção e, quando ocorre na gravidez, pode trazer complicações tanto para a gestação, como para os recém-nascidos.
Continue a leitura para saber mais sobre os possíveis sintomas de clamídia, como é a transmissão, formas de diagnóstico e tratamento.
Clamídia: o que é?
A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Ela afeta os órgãos sexuais, além de garganta e olhos. Geralmente, atinge homens e mulheres com vida sexual ativa.
Como a clamídia é transmitida?
A clamídia é transmitida por meio do contato sexual sem proteção (anal, oral ou vaginal). A bactéria que transmite a doença infecta os órgãos genitais, ânus, garganta e olhos por meio das secreções corporais infectadas.
Também é transmitida pela forma congênita, ou seja, a infecção é passada da mãe para o bebê durante a gestação.
Embora menos comum, a clamídia pode ser transmitida por meio do compartilhamento de objetos contaminados, como brinquedos sexuais.
Vale destacar que a clamídia não é transmitida por meio de transfusão de sangue.
Sintomas de clamídia
A maioria dos casos da clamídia não apresenta sintomas evidentes. Quando ocorrem, os sintomas podem variar entre homens e mulheres. Veja detalhes abaixo.
Clamídia em homens
Em homens, os sintomas mais comuns da clamídia são:
- Ardência ao urinar.
- Corrimento na uretra com a presença de pus.
- Dor nos testículos.
Clamídia em mulheres
Já nas mulheres, os sintomas mais comuns são:
- Corrimento amarelado ou claro.
- Sangramento espontâneo ou durante as relações sexuais.
- Dor ao urinar e/ou durante as relações sexuais.
- Dor pélvica
Clamídia na gravidez
A clamídia quando ocorre durante a gravidez pode provocar complicações tanto para a mãe (na gestação) quanto para o bebê, principalmente se não for tratada.
Entre as condições que podem ocorrer estão:
- Gravidez tubária (que ocorre nas trompas).
- Aumenta o risco de aborto espontâneo.
- Aumento risco de ruptura das membranas (bolsa rota);
- Parto prematuro (antes das 37 semanas).
- Infecção pós-parto.
- Endometrite pós-parto (inflamação da camada interna do útero).
- Criança infectada pode nascer com conjuntivite e pneumonia neonatal. Em casos mais graves, leva à cegueira.
Portanto, é fundamental aumentar os cuidados na gravidez para evitar a infecção e possíveis complicações.
Como é feito o diagnóstico?
Geralmente, o diagnóstico da clamídia é realizado por meio de testes laboratoriais específicos que detectam a presença da bactéria.
Entre eles, destaca-se o NAT (Teste de Amplificação de Ácidos Nucleicos) - PCR. É considerado o método mais comum para diagnosticar a clamídia.
É preciso coletar uma amostra de urina ou amostra de secreção do colo do útero ou da uretra. O exame também pode ser realizado por meio do papanicolau, que pode ser realizado durante os exames ginecológicos anuais.
Formas de tratamento
O tratamento para a clamídia é realizado com o uso de antibióticos prescritos por um médico.
O especialista decidirá qual antibiótico é mais apropriado de acordo com situação clínica específica do indivíduo.
Formas de prevenção
A prevenção da clamídia deve ser realizada com o uso de preservativos em todas as relações sexuais, incluindo vaginal, anal e oral. Essa atitude contribui para reduzir o risco de contrair todas as infecções sexualmente transmissíveis.