Autor: Dr. Arnaldo Dominici
Médico Gastroenterologista
A hepatite b afeta mais de 150 mil pessoas por ano no Brasil. O vírus VHB acomete o fígado e causa lesões no órgão, podendo inclusive causar a falência do mesmo ou predispor ao câncer.
A hepatite B geralmente é assintomática e portanto, muitas vezes o diagnóstico é tardio, quando já existem lesões irreversíveis.
O que é hepatite b?
Hepatite B é um processo inflamatório do fígado que pode ser agudo ou crônico, atingindo qualquer sexo ou idade, causado pelo Vírus da hepatite do tipo B, um DNA vírus hepatotrópico.
O antígeno HbsAg representa o envelope do vírus e o HbeAg está relacionado com a replicação viral. Ambos podem ser identificados no soro e são importantes para o diagnóstico e o tratamento.
Hepatite b: formas de transmissão
O VHB é um vírus de transmissão sanguínea, materno-fetal e sexual.
Como prevenir
A melhor maneira de prevenir a hepatite é se vacinando. Além disso, é extremamente importante usar preservativos durante as relações sexuais e não compartilhar materiais cortantes, como alicates de unha e aparelhos de barba.
Sintomas de Hepatite B
Quando ocorrem, os sintomas podem surgir entre 2 e 4 meses após contato com o vírus e incluem:
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Pele amarelada;
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Urina escura;
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Enjoo e vômito;
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Perda de apetite;
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Dor abdominal;
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Dor nas juntas.
Vacina para hepatite B
Todos podem e devem tomar a vacina para hepatite B, do recém-nascido ao idoso. O esquema de doses funciona da seguinte forma:
Vacina Hepatite B infantil: uma dose em formulação isolada ao nascimento e doses aos 2, 4 e 6 meses de vida, incluídas na vacina Pentavalente de células inteiras, oferecida pelo SUS.
Adolescentes e adultos que não foram imunizados durante o primeiro ano de vida: recomendam-se três doses, com intervalo de um ou dois meses entre primeira e a segunda doses e de seis meses entre a primeira e a terceira.
Como é feito o diagnóstico?
A Hepatite B é dividida em aguda e crônica.
A aguda pode ser assintomática e passar despercebida, ou com sintomas iguais a qualquer quadro de doença viral, porém, com enzimas hepáticas elevadas e os marcadores específicos da hepatite B positivos, definindo o diagnóstico (HBSAG, HBEAG, ANTIHBC IGM).
Normalmente uma hepatite B aguda necessita apenas de medicação sintomática e acompanhamento por seis meses quando, em 90% dos casos, obtém cura espontânea. Por razões não definidas, 10% dos casos evoluem para cronicidade.
Hepatite B tem cura?
A doença evolui para cura espontânea em 90% dos casos e pode cronificar em 10%. Quando isso ocorre, pode haver uma evolução gradual do processo inflamatório para cirrose, hepatocarcinoma e falência hepática. O uso de medicação específica existente gratuitamente no Serviço Público contribui para o controle da doença e, por vezes, para a parada da progressão da doença.
As hepatites, inclusive a hepatite B, quando não tratadas, são causa de Inúmeros casos de transplante hepático e de morte no mundo.
A hepatite crônica B deve ter avaliação clínica e laboratorial regular, na tentativa de detectar precocemente a cirrose e o hepatocarcinoma, aumentando as chances de sucesso com o tratamento.
Tratamento
Com relação ao tratamento, houve uma evolução muito grande com o surgimento de novas drogas, eficazes, com poucos efeitos adversos, mantendo o vírus inativo e sem ação agressiva ao fígado. São drogas caras, porém, o governo mantém a distribuição gratuita, diferente da maioria dos países do mundo.
Com o uso regular e adequado dessas medicações, a carga viral se mantém muito baixa, o que reduz muito a chance de evolução para cirrose e hepatocarcinoma, mas a cura completa é rara e portanto, o tratamento precisa ser mantido por tempo indeterminado.