Ginecomastia: o que é, causas e tratamentos

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A ginecomastia é caracterizada pelo aumento das mamas em homens. Ela pode acontecer em qualquer idade, mas é mais comum na adolescência -- de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), até 60% dos adolescentes poderão apresentar o problema nessa fase da vida.  
 
Embora seja uma condição benigna, ela provoca bastante desconforto e pode ter forte impacto na autoestima dos pacientes. Veja a seguir como é feito o diagnóstico e quais os tratamentos para esse problema.  

 

Ginecomastia: o que é? 

A ginecomastia é o aumento benigno das mamas nos homens. Ela é causada pelo crescimento do tecido glandular mamário masculino, provocado pelo aumento de duas estruturas: os ductos (que, nas mulheres, servem para transportar o leite na amamentação, o que não ocorre nos homens); e o estroma periductal (tecido que ajuda na sustentação das mamas).   

 

Causas da ginecomastia 

A principal causa da ginecomastia, especialmente entre adolescentes, é um desequilíbrio hormonal. Normalmente, isso ocorre quando há diferença na relação entre hormônios andrógenos, que impedem o crescimento mamário; e estrógenos, que estimulam e aumentam o desenvolvimento glandular.   
 
As causas desse desequilíbrio podem ser transitórias, como na fase da adolescência; ou ainda permanentes, fisiológicas, patológicas (ou seja, provocada por alguma doença) e até mesmo induzidas pelo uso de algumas medicações. Em aproximadamente 25% dos casos, no entanto, a causa do problema não é descoberta. 

 

Graus da ginecomastia 

A ginecomastia pode ser classificada em graus de acordo com a gravidade do quadro. Confira abaixo: 

Ginecomastia Grau 1: é caracterizado pelo discreto aumento das mamas masculinas e não há sobra de pele. Nessa fase, quando não há regressão espontânea do quadro, é recomendado iniciar o tratamento com medicamentos que podem fazer a glândula regredir. 

Ginecomastia Grau 2: o segundo grau da ginecomastia é talvez o mais comum e subdividido em dois tipos.

  • Grau ll A: caracterizado pelo aumento do volume glandular ou gorduroso, estendendo-se além das aréolas, preenchendo geralmente a região inferior do peito, ainda sem excesso de pele. 
  • Grau ll B: praticamente igual ao descrito no Grau ll A, porém, neste caso, já apresenta excesso de pele na região torácica.

Ginecomastia Grau 3: apresenta um aumento grande e significativo das mamas associado a uma maior sobra de pele. Quando o volume é muito grande, o quadro é chamado de macroginecomastia. Nesse estágio, é possível observar a ptose mamária (mamas caídas). As sobras de pele comprometem o aspecto geral do tórax e causam impacto negativo na autoestima o paciente. Por isso, a cirurgia mamária é recomendada.

Vale ressaltar que, quando há apenas excesso de gordura na região das mamas, chamamos a condição de lipomastia ou pseudoginecomastia. 

 

O que a ginecomastia pode causar 

De maneira geral, a ginecomastia pode causar como principal sintoma uma pequena protuberância mamária atrás ou abaixo da aréola. O acometimento pode ser uni ou bilateral e, ocasionalmente, doloroso em alguns pacientes.   

Em alguns casos, a condição pode deixar o aspecto das mamas masculinas semelhante às de uma mama feminina. O impacto na autoestima desses pacientes é forte, provocando constrangimento e prejudicando interações sociais, especialmente entre crianças e adolescentes.  

 

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico da ginecomastia é feito por meio da anamnese (entrevista clínica), do exame físico específico realizado pelo mastologista e da análise dos resultados de exames laboratoriais, como a dosagem de hormônios.

Além disso, deve-se incluir também exames de imagem como mamografia e ultrassonografia, importantes para reconhecer o que é glândula e o que é tecido gorduroso nas mamas.

Esses exames são importantes para diferenciar o quadro de outros diagnósticos, como câncer de mama (carcinoma mamário) e lipomastia.

 

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Exames indicados para avaliar os hormônios relacionados à ginecomastia 

Dentre os exames que indicados para confirmar o diagnóstico de ginecomastia estão os exames de sangue para avaliar a quantidade de alguns hormônios. São eles:

  • Estradiol; 
  • Progesterona
  • HCG; 
  • Testosterona
  • Prolactina; 
  • LH (hormônio luteinizante); 
  • TSH (hormônio tiroestimulante).
 
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Tratamentos para a ginecomastia 

O tratamento para ginecomastia é feito de forma individualizada e levando-se em conta a causa do problema. Nos casos induzidos por medicamento, por exemplo, normalmente basta suspender o uso para que ela se resolva.

Já entre os adolescentes, estima-se que em até 90% dos casos, o quadro seja transitório e regrida de forma espontânea.

Quando isso não acontece, ou em pacientes em que ocorre dor e o volume da mama é muito grande (geralmente, maior do que 2 cm), é recomendado buscar orientação médica para realizar uma investigação hormonal e confirmar o diagnóstico por meio de exames de imagem (como mamografia e ultrassom de mamas).

Nesses casos, é possível seguir pelos seguintes caminhos:

  • Suplementação hormonal: iniciar o tratamento medicamentoso com o hormônio que está apresentando alteração para restaurar o equilíbrio do organismo. Nesses casos, o endocrinologista é o médico indicado para fazer a prescrição. 
  • Medicamento: em alguns casos, pode-se utilizar um remédio chamado de tamoxifeno, utilizado em pacientes com câncer de mama. Como ele modula a recepção do estrógeno no corpo, também tem eficácia no tratamento da ginecomastia. Seu uso, no entanto, é recomendado em casos específicos e sempre sob supervisão de um mastologista. 

Em casos mais avançados e quando o impacto psicológico no paciente é muito grande, a cirurgia pode ser recomendada para tratar a ginecomastia. Em mamas pouco volumosas, o procedimento é feito a partir de um pequeno corte ao redor da aréola e por onde a glândula é retirada, não havendo necessidade de retirada de pele.

Já nas ginecomastias volumosas, diferentes tipos de cortes podem ser realizados, dependendo do grau da ginecomastia e do biotipo do paciente. Pode também haver a necessidade de remoção do excesso de gordura com a técnica de lipoaspiração, melhorando o contorno e aparência do tórax.

Vale ressaltar que a cirurgia costuma ser o tratamento de escolha em casos de ginecomastia:

  • unilateral;  
  • muito volumosa (macroginecomastia);  
  • que persiste mesmo após tratamento clínico/medicamentoso;  
  • que ocasiona prejuízos estéticos, psicológicos e sociais para o paciente. 

 

 

 

Autora: Dra. Giovanna Gabriele - médica mastologista