Icterícia: entenda as causas e tratamentos para adultos e bebês

Ictericia


icterícia é uma condição em que o corpo acumula excesso de bilirrubina, um pigmento amarelo produzido pela quebra de hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. O problema pode acometer adultos e crianças, inclusive recém-nascidos. Saiba mais sobre a condição, como é feito o diagnóstico e tratamento. 

 

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Icterícia: o que é? 

Icterícia é uma condição em que o corpo acumula excesso de bilirrubina, deixando a pele, mucosas e esclera (parte branca dos olhos) amareladas.  

Icterícia em adultos 

Existem diferentes causas para a icterícia em adultos e dependem, em suma, da elevação da bilirrubina direta ou indireta. 

O aumento de bilirrubina direta pode estar relacionado a alguns problemas hepáticos ou à obstrução biliar, problemas provocados por condições como:

  • Hepatites virais (as mais comuns são A, B e C), agudas ou crônicas; 
  • Hepatite alcoólica, resultante do consumo excessivo de álcool; 
  • Hepatite medicamentosa; 
  • Câncer de fígado; 
  • Cirrose.

Já o aumento da bilirrubina indireta pode estar relacionado aos seguintes quadros de saúde:

  • Anemias hemolíticas, caracterizadas pela maior destruição das hemácias. Exemplos incluem anemia falciforme, talassemias e anemia hemolítica autoimune; 
  • Reações transfusionais, que podem resultar em um acúmulo de bilirrubina devido à destruição das hemácias do sangue transfundido; 
  • Hemorragias internas ou grandes hematomas, que liberam uma quantidade significativa de hemoglobina das hemácias destruídas, resultando em aumento da bilirrubina não conjugada. 

Icterícias em bebês recém-nascidos (icterícia neonatal) 

icterícia neonatal ocorre devido ao aumento na concentração de bilirrubina nos recém-nascidos. Nos primeiros dias de vida, há um aumento normal e esperado na produção de bilirrubina devido a menor durabilidade dos glóbulos vermelhos no organismo dos recém-nascidos. Além disso, a capacidade do fígado em eliminar a bilirrubina ainda é limitada devido à imaturidade do sistema hepático dos bebês. 
 
Embora, neste caso, a icterícia seja uma condição benigna e autolimitada, é necessário monitorar de perto os níveis de bilirrubina com a orientação do médico pediatra, já que os níveis elevados da substância podem causar toxicidade no sistema nervoso do bebê.  

Além disso, especificamente nesse grupo, é importante o correto diagnóstico para descartar doenças que podem acometer o recém-nascido e se apresentarem como icterícia, como a atresia (obstrução) de vias biliares. 
 

Causas da icterícia 

A icterícia é uma condição em que o corpo acumula excesso de bilirrubina, um pigmento amarelo produzido pela quebra de hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. 
 

Esse acúmulo de bilirrubina pode ocorrer por diferentes fatores, como:

  • Problemas no fígado: o fígado é o principal órgão responsável por processar e eliminar a bilirrubina. Qualquer condição que prejudique a função hepática, como hepatite ou cirrose, por exemplo, pode levar ao acúmulo de bilirrubina. 
  • Obstrução das vias biliares: a bilirrubina faz parte da composição da bile, que é produzido pelo fígado. Se as vias biliares, que transportam a bile do fígado para o intestino, ficarem obstruídas, a bilirrubina pode se acumular. 
  • Doenças do sangue: algumas condições sanguíneas, como a anemia falciforme, doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos, podem aumentar a destruição desses glóbulos e, consequentemente, elevar os níveis de bilirrubina. 

 

Sintomas 

O principal sintoma da icterícia são a pele, mucosas e esclera (parte branca dos olhos) amareladas. Outros sintomas que podem surgir também são:  

  • Urina de cor anormal, muitas vezes escura; 
  • Fezes esbranquiçadas. 
     

Riscos da icterícia 

Níveis altos de bilirrubina, que causam a icterícia, não são um problema em si, mas sim um sintoma de alguma doença que necessita de avaliação e tratamento adequados.  

A exceção é o aumento da bilirrubina não conjugada em recém-nascidos até duas a quatro semanas de vida, pois pode ser tóxico para o cérebro. Nesse caso, é preciso acompanhar de perto os níveis da substância. Após essa idade, a barreira entre o sangue e o líquido cefalorraquidiano já está mais desenvolvida e impede a passagem da substância para o cérebro. 

Diagnóstico 

O diagnóstico da icterícia é feito com base em uma avaliação médica, exames laboratoriais e clínicos, que incluem:

  • Exame físico: para identificar os sinais visíveis da icterícia, como a coloração amarelada da pele e dos olhos; 
  • Exame de sangue: feito por meio de uma coleta comum, para avaliar os níveis de bilirrubina no organismo; 
  • Exame de urina: também é possível fazer a análise dos níveis de bilirrubina na urina, como parte do processo diagnóstico da icterícia. 

Tratamentos para icterícia em adultos e crianças 

Em bebês, a icterícia costuma ser fisiológica, benigna e autolimitada, não necessitando de tratamento. Em alguns casos, no entanto, quando os níveis de bilirrubina estiverem muito altos, pode ser necessária a intervenção médica.  
 
Um dos tipos de tratamento em bebês é a chamada fototerapia ou “banho de luz”, que consiste em expor o bebê a luzes especiais que ajudam a quebrar a bilirrubina no sangue, tornando-a mais fácil de ser eliminada pelo corpo. Esse procedimento deve ser feito no hospital.

No entanto, vale lembrar que a icterícia nos bebês pode ser a manifestação de outras doenças, como más-formações no sistema biliar. Nesses casos, é importante realizar o diagnóstico precoce para que a criança receba o tratamento adequado.

Em adultos, é preciso primeiro realizar os exames e descobrir a causa da icterícia. Com base no diagnóstico, o tratamento pode seguir alguns caminhos:

  • Tratamento da causa subjacente: identificação e tratamento da condição subjacente que está causando a icterícia, como hepatite (aguda ou crônica) e cirrose. 
  • Desobstrução das vias biliares: caso a icterícia seja causada por obstrução das vias biliares, podem ser realizados procedimentos para remover ou aliviar essa obstrução, como a remoção de cálculos biliares. 
  • Uso de medicamentos: administração de medicamentos para combater infecções no fígado ou em outras partes do sistema biliar que estejam causando o problema. 
  • Suspensão de medicamentos prejudiciais: interrupção de medicamentos que contribuem para a icterícia ou danificando o fígado. 

 

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Fonte: Dra. Natália Trevizoli